HISTÓRIA DA PASTORA VALÉRIA MARTINS

Conheça a história da pastora que leva vida onde as pessoas desistiram de viver.

por Carolina Padrão

Valéria Martins nasceu em um lar evangélico. A menina cresceu ouvindo sua mãe falar acerca de um Deus que salvava, curava, batizava com Espirito Santo e levava para o céu.

Mas aos nove anos de idade, a pequena foi diagnosticada com febre reumática e começou a ter muitas dificuldades para realizara tarefas simples, como andar, comer, pentear o cabelo, escrever... Suas articulações eram inchadas e avermelhadas e sentia muitas dores por todo o corpo. Passava horas deitada, impossibilitada de se mover. Por muitas vezes realizava algumas tarefas com a ajuda de seus pais. Aos 12 anos, tomando benzetacil em dias alternados, a garota já não tinha muitas esperanças naquele Deus de que tanto ouvia falar...  Até que numa noite sua mãe a levou à igreja. Com muita dificuldade a menina pediu uma oportunidade e disse: “Jesus me curou! Ninguém acreditou pois eu estava toda curvada e me movendo lenta e dolorosamente . Minha mãe me ajudou a sentar e fiquei naquela posição até terminar o culto. O que eu não sabia era que havia despertado dentro de mim a Fé. Depois todos estavam deitados comecei a sentir minhas pernas formigando e queimando muito... Tentava movê-las mas não conseguia pois doíam muito . Quando o dia amanheceu eu comecei a perceber que conseguia mover-me sem sentir dor e me coloquei de pé sem ajuda e estou assim ate hoje. Foi um grande milagre!”, conta. 

Valéria passou sua adolescência na igreja, mas na verdade ainda não Conhecia a Jesus como deveria e acabou se afastando totalmente quando entrou na faculdade. Durante os quatro anos de curso nem me preocupava em estar perto de Deus... Mas o Senhor sabe como trabalhar em cada pessoa. Em 2001 o pai da jovem faleceu, depois de ter aceitado a Jesus. E logo em seguida sua mãe descobriu que estava com câncer de mama. Foi uma fase difícil, mas que possibilitou a Valéria ver o agir de Deus em sua vida. A mãe de moça passou por uma quadrantectomia, fez radioterapia e quimioterapia e Deus deu vitória. “Nem um fio de cabelo dela caiu durante a quimioterapia... Foi lindo o cuidado de Deus com minha mãe” conta Valeria.

E assim, Deus começou a trabalhar. Em meio a todo esse turbilhão, Valéria conheceu seu esposo e numa visita a uma igreja aceitaram a Jesus juntos. Dali em adiante Deus começou a sua obra maravilhosa na vida deles. 

Em 2003, já como marido e mulher, o casal se mudou para a cidade de Registro e lá realmente se converteram ao Senhor. Em 2004 nasceu o primeiro filho do casal, João Vitor e a família estava formada... E grandes experiências começaram a viver com Deus. “Comecei a ministrar a Palavra em varias Igrejas, vendo os sinais da misericórdia e graça de Deus.” Como o esposo é policial militar sempre há mudanças, e mais uma vez ele foi transferido e voltaram para a Cidade de Guarujá em 2007. Valéria continuou a trabalhar e ministrar a palavra até que em 2011 o Senhor lhe disse que estava na hora me lançar no reino. A moça é bacharel em Educação Física e atuou na área de personal trainer até 2008. Com a volta ao Guarujá, foi convidada a trabalhar como assessora parlamentar na câmara municipal onde permaneceu até o ano de 2011(agosto/ setembro), quando Deus a chamou definitivamente. “Aquela palavra entrou em mim avassaladoramente não demorou muito para eu pedir as contas do meu trabalho e no mês de outubro estava fazendo minha primeira viagem missionaria ao Piauí. Lá tive a honra de conhecer um dos meus melhores amigos, o Evangelista Edson Teixeira. Fui para ser voluntária em um projeto de evangelização do Nordeste e quando o projeto estava no fim, ele me chamou e disse que um dos irmãos que também estava ali ajudando sentiu de abençoar minha vida com uma passagem para o Haiti. Meu coração saltou e pensei: - ‘Meu Deus! O Senhor disse que abriria as portas das nações! E assim o Senhor me deu o nome do ministério, Semeando Vidas ”.

 E assim Valéria continuou sua missão, embarcando pela primeira vez para o Haiti. “Minha primeira viagem ao Haiti foi uma mistura de aventura e desafio. Fui um dia antes de todos e sozinha. No aeroporto me encontrei com o pastor haitiano que estaria nos recebendo em sua casa. Eu não fazia ideia do que iria ver lá. Um país totalmente destruído pelo terremoto. Pessoas mutiladas nas ruas, muitas crianças famintas, doentes, fome, muitaaaaa fome, pessoas machucadas, tanto em seus corpos quanto em suas almas. Brinquedo algum arrancava delas aquele olhar perdido e sem rumo. Jamais me esquecerei de um menino de um dos orfanatos que visitei... Entreguei a ele um saquinho com doces e brinquedos e de repente ele colocou o saquinho no chão, olhou para mim e estendeu os braços me pedindo colo... Ele deitou e simplesmente acariciou meu cabelo de dormiu... Quando voltei para a base, aquela cena não saia da minha cabeça. Dobrei meus joelhos e chorei muito na presença de Deus. Outra experiência que jamais me esquecerei foi quando amamentei um menino de um outro orfanato ... Nossa! Deus fez grandes coisa... Ele estava separado das outras crianças pois estava muito doente e com 40 graus de febre. Ninguém queria que chegássemos perto dele... Então eu o ouvi gemendo e aquele olhar dele penetrou meu olhar e não consegui sair dali... Ofereci água, doce e ele só gemia... Estava machucado e muito doente... Sua boca estava com feridas, imagino que seria por causa da febre alta. Então Deus me disse: ‘dê a ele o que você tem. Eu falei: Senhor, ele não consegue nem beber e nem comer. E mais uma vez eu ouvi Deus me dizer: Valéria, dê a ele o que você tem!’ Nesta hora o Espirito Santo trouxe à minha memória que cerca de dois meses antes de viajar ao Haiti eu havia conversado com minha médica sobre ainda ter leite embora meu filho já estivesse com 8 anos. Então eu olhei para ele ali naquela cama e o peguei no colo... Independente da negativa da voluntária do orfanato eu pensei: você vai viver! Você vai viver! E o coloquei sobre meus braços e ofereci o que eu tinha a ele. Só de lembrar eu me emociono. Ele mamou e quando terminou de fazê-lo já parecia outra criança. Foi um milagre instantâneo.

Do Haiti surgiu o convite para expiar a terra da África em 2012. Nação de Burkina-Faso (Ouagadougou). Visitaram vários Villages, aldeias e o campo de refugiados do Mali, os Tuaregues. Também esteve na Índia em julho de 2012 visitando as crianças Dalits. E o amor por missões, tomou conta de toda a família. “Costumo dizer que minha família é 100% do meu ministério. Somos um time. Não importa quem esteja em quadra. Cada um faz a sua parte para que o nome do Senhor seja glorificado dentro de nossa casa. Meu esposo Guimarães que assim como eu, também é pastor e meu filho João Vitor são os meus maiores incentivadores. Não sei se conseguiria passar por todos os desafios sem o apoio deles. Como tudo o que faço é através de recursos pessoais e ofertas acaba ficando muito caro nos manter nestas viagens... Outro fato é que meu filho estuda e meu esposo trabalha, o que também dificulta a participação deles nas missões internacionais. Quando ministro nas igrejas brasileiras geralmente eles me acompanham . Eles são meu porto seguro. Não tem alegria maior do que chegar e ser recebida por eles no aeroporto ... Sentimento de missão cumprida e de total apoio da minha casa. Também minha mãe e minha irmã são duas pessoas que em todo tempo me auxiliam, ajudam e incentivam... Hoje todos estão envolvidos. Meus sogros, amigos ... Pessoas que enviam mensagem de incentivo, ou testemunhos de mudança de vida” conta a pastora.

Quando perguntada sobre os planos para o futuro, a resposta vem acompanhada de um grande sorriso: “São muitos planos!!! Tenho o plano de construir uma escola com alojamento, um poço e um cozinha com forno de barro dentro do deserto do Sahel, na África. Sonho em um dia poder oferecer à eles um pouquinho de algo bom! Tenho planos de assumir o estudo das crianças que hoje se encontram nos orfanatos que cuidamos no Haiti . Desejo conseguir pais adotivos para cada uma delas. O que nos ajudaria e muito... Hoje conseguimos através de voluntários levar recursos financeiros, doações e brinquedos, mas tudo isso ainda é muito pouco diante do desafio que temos pela frente. Acredito que se pudermos fazer algo, ainda que pequeno, esse pequeno se tornara em algo grande!” finaliza a pastora.